sexta-feira, 22 de abril de 2016

Como decorar autores?

Oi, amig@s. Tudo beleza?
Gente, o último texto foi um bombou! Se eu tivesse a menor ideia do que eu escrevi que foi legal, eu juro que repetiria...rs...Sério. Mas...

Esse texto foi o primeiro a ser encomendado no blog. Minha amiga de carnavais, Mari, a palinologista (!) que está num programa super duro de doutorado, me pediu que escrevesse sobre a “decoreba dos paranauê”, o que defino como um sistema de classificação autor-obra-data, que tem como finalidade, facilitar a associação mental e nos fazer recordar com mais rapidez para fins mais voltados a fala, especialmente com obras que lidamos continuamente.

Estudei meses sobre isso e sabe aquele encontro do grupo de pesquisa que falei semana passada? Gente, aquele foi um dia de milagres! Acredita que eu tive uma ideia sobre isso também??? Tá certo que na volta eu perdi 2 ônibus e mofei por 1 hora no ponto e xinguei  desconjurei o fato de ter ido para a UNIRIO, mas...passou. Ufa.

Enfim... antes, eu falei que esse sistema é muito mais voltado para a fala. Por quê? Bem, na hora que você escreve geralmente você tem mais tempo para uma consulta e referência cruzada, mas na hora de falar... Gaguejou, perdeu. Na sustentação de argumentos então...uh...

Mas vamos lá, esse sistema autor-obra-data eu apliquei aos autores que trabalhei no projeto do doutorado. Após a escrita do texto de forma criteriosa e sob os critérios científicos necessários que vocês já tem ideia, estruturei um curto mapa mental de cada autor citado, usando como esqueleto as referências do trabalho. Por exemplo, Bourdieu, livro X, 1983, designa juventude como blá, blá, blá, o centro de sua questão é o conflito de gerações (isso feito como mapa mental- veja nos posts anteriores se não sabe do que eu estou falando).

Fiz isso com todos os autores. E super valeu a pena. Depois que você termina (eu fiz tudo em 3 folhas de papel), você faz o que eu chamo de leitura com intenção. Eu leio, dia sim, dia não, por uns 4 dias. No quarto dia, você já pegou o esquema! Isso se você não tiver uma memória fotográfica, como eu. Por que se você tiver, acho que em um dia resolve. O segredo é o mapa mental sucinto. Quanto menor e mais objetivo, mais seu cérebro é capaz de fazer uma associação rápida e algo que seja consistente e prolongado no seu sistema de memorização, que mergulha completamente na compreensão e na associação.

E outra questão é a possibilidade de, ao ver um esquema individual para cada autor, você  posicionar ele corretamente nos tempos e espaços que ele estava ao levantar determinado conceito. É bastante útil, a meu ver.

Cada dia estou mais convencida de que nada é questão de intensidade, mas de constância. Fazer um pouco por dia é muito mais vantajoso do que o intensivão do “vou terminar aquela droga hoje”! (Já chamou de droga, acha que vai dar alguma coisa certo?!)

Pois é, esse esquema de memorização por associação a mapas mentais tem me dado bastante credibilidade com meus pares e ímpares. O fato de você se dedicar alguns minutos a mais, tem grande impacto na forma como você se apropria daquele autor. Falar com destreza é uma arte e, como todas as artes, o que precede deve ser a prática, com amor e método, sempre.

Não posso deixar também de deixar os créditos para minha avó, linda, professora leiga da escola rural, escritora, administradora da família e da igreja e, sobretudo, uma florzinha. Ela me descreveu com detalhes como decora os versículos bíblicos e usei muito para pensar esse formato acadêmico. Obrigada, vó Vanú.

É isso amig@s, espero que seja útil.
Mari, espero que tenha valido a pena esperar tanto tempo...hehehe

Com amor,

Ju.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Como construir bons argumentos?



Essa semana estive no grupo de pesquisa e, junto com duas colegas, apresentamos um texto muito bacana de Antropologia. Uma das temáticas era umbanda e uma das colegas que é estrangeira, nunca tinha ouvido falar de nada parecido. Eu e minha outra parceira, durante o planejamento do trabalho, tivemos que fazer uma narrativa simples sobre o tema. Conforme íamos montando um cenário e explicando algumas ocupações que conhecíamos, fiquei pensando nessa construção de argumentos, na fala e na linguagem. Todos nós queremos falar bem, sempre. Isso é um problema e uma solução. Um problema porque todos querem falar e ninguém quer ouvir. Minhas últimas participações em comunicações científicas tem me decepcionado muito. Em nome do lattes, muito se fala, pouco se ouve, nada se troca. Mas, tem o lado da solução, por meio da fala, falamos...rs. SIMPLES. Maravilhoso! Expressão da vida!
 Falar sobre o que a colega não sabia foi mole, mas falar sobre um assunto que o grupo domina é difícil. E quando todos estão falando sobre um mesmo texto, ou seja, um assunto definido e enquadrado? Eu sempre ficava muito no óbvio e achava o máximo quem conseguia pegar um parágrafo e fazer uma analogia com outro autor, obra ou notícia. Mas isso deve ser feito com cuidado, para não ser chato.
- O assunto é Cidadania, um texto definido previamente que todos leram. Uma pessoa dá o pontapé inicial sobre a leitura e você fica pensando “ai, era isso que eu ia falar”, “putz, estão roubando minhas ideias”... e aí, acabou a aula, o semestre, a faculdade e você nunca fala nada, nunca. Tipo eu... NO PASSADO!
Durante uma aula, explanação, apresentação, ninguém quer falar besteira. Quer dizer, ninguém tem essa intenção, eu acho. Se você é assim, gente boa que nem eu (hehehe) que quer falar umas coisas legais e produtivas, essas dicas são para você:

Seus problemas acabaram!
1- Leia e entenda. Leia com atenção e procurando os argumentos. Leia novamente. “Li rapidinho, só as partes mais importantes...” Não seja ridículo (a), leia! O problema do mundo é a falta de AMOR e Intepretação TAMBÉM!!!
2- Leia o texto e procure dados do autor e da obra no Scholar Google, já é um assunto correlato e consistente. Procure falar sobre isso bem no início da explanação;
3- Ao ler o texto, faça um mapa mental (S2) [MEU QUERIDINHO nos registros]. Dessa forma você tem exatamente o formato do texto e pode falar sobre isso. Algo como, o autor separa o assunto em três grupos e argumenta que... Olha, isso faz sucesso, viu! Você é capaz de olhar o texto de cima, numa outra perspectiva de análise.
4- Claro que você deve treinar, com cobaias humanas ou no espelho. Como eu já disse antes, isso reduz as chances de vergonha generalizada.
5- Leve seu texto consigo, caso algum engraçadinho pergunte a página sobre a qual você falou na sua explanação digna de discurso na ONU. (Esperança, minha gente)
6- Durante sua leitura, escreva num cantinho da folha, frases ou autores que você poderia citar. Se ainda não se sentir preparado para uma boa inferência, ao menos você está se exercitando para um futuro próximo (Tenha fé). Planejamento é tudo. Eu sou lenta, minhas boas ideias nunca nascem na hora. Elas são amadurecidas. Planeje, então.
7- Esteja atento(a) ao momento presente. Esteja realmente naquele lugar, mostre interesse ao seu corpo. Se incline, faça expressões de entendimento. Deixe claro para seu corpo que você está prestando atenção. Isso ajuda o cérebro a despertar e encarar o momento com seriedade. E sem contar que a energia da conversa intencional te leva a chegar a boas ideias. Abaixa a cabeça só para ver o que te acontece, coisa linda!

Era isso que eu queria falar hoje.
Estive muito ocupada em um programa incrível de meditação online e acabei esquecendo um pouco o blog. Quando eu tiver outra coisa legal para dizer eu te falo.
Com amor,
Ju.