sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Alimente sua arte

Três anos sem postar...

Quanta coisa já aconteceu nesse tempo: pandemia, dois e-books, cursos, extensão universitária, premiações. Uau.

Para você que me lê por aqui apenas, estou mais ativa no Instagram @suavidaacademica

Mais ativa, mas também sumida. Não tenha expectativas sobre mim esse ano, tenho que entregar uma tese!

Nesses últimos dias estou lendo o livro Big Magic, de Elizabeth Gilbert e estou totalmente apaixonada pela ideia de alimentarmos nossa arte. Atualmente estou escrevendo minha tese de doutorado em Educação e meu quarto livro e ainda não me considero uma escritora. 

Eu deveria estar lendo o quarto livro do ano no dia 13 de ano novo? Não, não deveria. Mas essa também é quem eu sou. Ler e escrever é algo que me estrutura.

Minha identidade como professora é muito forte, mas quando penso o que sempre fiz, desde criança, sem dúvida é escrever. Eu escrevo para viver. Como diz Joan Didion, eu não tenho uma opinião construída de algo até escrever sobre.

Já escrevi muitas cartas, cartões, poesias, microcontos, cicuitos fechados, textos de humor e cotidiano, artigos de opinião, artigos científicos, textos científicos, músicas, uma história infantil e até  discursos de formatura. Escrevo em diários desde os 9 anos. Diariamente. Tenho dezenas de diários. Essa é minha arte. Algumas vezes escolho mostrar, a maioria das vezes eles são apenas meus. Só de pensar em perder um deles, eu arregalo meus olhos. Uma vez esqueci um deles na casa da minha professora de inglês. Não sei porque eu o levei para lá, mas eu fiquei dois dias sem ele. Com sua capa azul clara e um elástico que prendia a capa e sem pauta, porque eu não gosto de linhas. Quando a Sara, minha professora, me devolveu, eu tive vontade de chorar de alívio e também de vergonha. Meus diários são parte de mim, entende? São extensões da minha mente. Memórias, sonhos, reflexões, análises, o telefone da moça da quentinha. Eu preciso dos meus diários comigo.

Como eu comecei cedo nesse negócio de diários, muito antes de ter uma bolsa, por exemplo, esse virou o critério para eu comprar uma. Cabe meu diário? Boa bolsa. Não cabe? Não posso, essa não serve. Fui refinando os tipos de diários, a qualidade da folha, gramatura, numeração de páginas. Nada disso importa, mas, como diz meu filho, quando você se importa com alguma coisa, você quer entender detalhes.

Sim, Davi estava falando sobre jogos de videogame, mas fiz uma adaptação rápida.

Meu primeiro blog é de 2003, com textos de humor e cotidiano de duas universitárias que passavam metade da vida em viagens de ônibus. Era sobre mim e minha amiga Elisa. Era bom. Era louco. Era a minha cara com 19 anos: animado e meio esquecido. Era bem bom, pensando melhor. Devia ter continuado. Opa, mas eu continuei. Não parei.

Em 2015 comecei esse blog, 2016 o Facebook, 2017 até agora, o Instagram. Uns períodos com mais energia, outros com menos energia. Mas eu segui. 

Esse ano vou fazer 40 e escolhi estar menos na internet, me dedicar a escrita só para mim, vamos ver o que vai sair daí. Tenho abandonado um pouco os projetos de leitura de produtividade e organização. Meu interesse agora está na criatividade. Escrita como arte. Rotinas artísticas. Inspiração. Musas da inspiração. Essa migração de interesse tem me alegrado muito. Afinal, para quê só uma vida organizada e produtiva como finalidade? Organização e produtividade são um meio e não um fim. Quero estudar agora como a organização e a produtividade podem ser instrumentos de uma vida criativa e leve.

 Desafiador? Claro. Você sabe que na astrologia tenho mercúrio em touro e gêmeos em marte? É isso o que tem pra mim. 

Esse texto era para te falar que eu amo escrever. Que essa é minha arte. Que nutrir minha arte vem do processo de ler, observar e conversar. Se você gosta de escrever, desenhar, dançar, compor, cantar, você precisa se nutrir e para tal, você tem que praticar. Tem que se empenhar, se frustrar, tem que se expor. Vem comigo? Vamos juntas dar mais espaço para a criação nesse mundo doido? Levanta e vem, eu te conto os detalhes no caminho.

Com amor e saudades,

Ju.