Entendendo que os Mapas Mentais
são recursos de organização, planejamento e geração de ideias apresentados por
Buzan (2009) na década dos anos de 1980, apresento aqui a continuação da adaptação da proposta do autor, modelada para fins acadêmicos.
Partindo dos princípios de
imaginação, associação e pensamento radiante, conceitos estes trabalhados por
Buzan, tratarei neste texto sobre a aplicação dos Mapas Mentais Acadêmicos na
organização e estrutura do processo de escrita acadêmica que venho tendo
contato há alguns anos.
Para a finalidade acadêmica,
acredito que utilizar a sempre bem vinda Maiêutica é um bom começo. Maiêutica é
um princípio filosófico socrático que se baseia na arte de fazer perguntas e de
se construir, a partir das perguntas, soluções e problematizações.
Começar perguntando “Qual é o meu
objetivo?” já define com mais clareza do que trata determinado Mapa Mental
Acadêmico. Seguido da pergunta: “Quais são as submetas e categorias que
contribuem para alcançar a discussão apropriada desse objetivo?”.
Fonte: Alexandre Lima
A partir dessa organização
inicial, associando ideias correlatas e buscando mais tópicos e subitens, a
complexidade que se chega para o desenvolvimento da informação, pode definir os
temas dos capítulos, subcapítulos, tópicos de análise, seções e até o assunto
dos parágrafos. Mesmo.
É um sistema de organização da
informação que pode ser reconstruído a qualquer tempo. Sua função é ordenar as
ideias e oferecer mais clareza, num mapeamento sistematizado do projeto
acadêmico.
Em minhas experiências
compartilhando informação no blog, orientando monografias e oferecendo turmas
de técnicas de escrita para a escrita acadêmica, vejo o importante impacto do
Mapa Mental no processo de definição de objetivos e de comprometimento com suas
escritas pessoais.
A sensação de ter que escrever
linearmente, uma ideia após a outra, hierarquicamente, não funciona para muitas
pessoas. Não funciona para mim, por exemplo. Quando eu mapeio a informação que
quero pesquisar, investigar e desenvolver, me sinto mais livre para abordar
tópicos mais soltos, intercalados, sem o compromisso imediato de fechar as
ideias ou de partir para as revisões de pequenos fragmentos. Esta última, uma
perigosa armadilha que prende muitos pesquisadores, o perfeccionismo. Sair do
capítulo um e avançar para o dois, às vezes é mais complexo que iniciar um
trabalho acadêmico em si. Falo por experiência.
A importância do Mapa Mental
ainda está no campo da clareza. Já tive muitos alunos que achavam que estavam
escrevendo sobre um tema, e quando mapearam suas ideias e resultados, estavam
de fato discutindo outro. E este que se imaginava ser o ponto central, era de
um plano secundário ou mesmo uma ilustração.
Mapas Mentais, sejam eles
acadêmicos ou com outra finalidade, expressam autoria, organização,
sistematização, processo, e até algum tipo de controle. Estar com uma postura
ativa em seu próprio processo de produção de conhecimento é fundamental para
uma formação de escritores e pesquisadores com mais consistência, método e
clareza de seus processos de composição e criação na ciência.
Por hoje é só pessoal!
Com amor,
Ju.