terça-feira, 7 de novembro de 2017

Mapas Mentais Acadêmicos- parte 2


Entendendo que os Mapas Mentais são recursos de organização, planejamento e geração de ideias apresentados por Buzan (2009) na década dos anos de 1980, apresento aqui a continuação da adaptação da proposta do autor, modelada para fins acadêmicos.

Partindo dos princípios de imaginação, associação e pensamento radiante, conceitos estes trabalhados por Buzan, tratarei neste texto sobre a aplicação dos Mapas Mentais Acadêmicos na organização e estrutura do processo de escrita acadêmica que venho tendo contato há alguns anos.

Para a finalidade acadêmica, acredito que utilizar a sempre bem vinda Maiêutica é um bom começo. Maiêutica é um princípio filosófico socrático que se baseia na arte de fazer perguntas e de se construir, a partir das perguntas, soluções e problematizações.

Começar perguntando “Qual é o meu objetivo?” já define com mais clareza do que trata determinado Mapa Mental Acadêmico. Seguido da pergunta: “Quais são as submetas e categorias que contribuem para alcançar a discussão apropriada desse objetivo?”.

Fonte: Alexandre Lima


A partir dessa organização inicial, associando ideias correlatas e buscando mais tópicos e subitens, a complexidade que se chega para o desenvolvimento da informação, pode definir os temas dos capítulos, subcapítulos, tópicos de análise, seções e até o assunto dos parágrafos. Mesmo.

É um sistema de organização da informação que pode ser reconstruído a qualquer tempo. Sua função é ordenar as ideias e oferecer mais clareza, num mapeamento sistematizado do projeto acadêmico.

Em minhas experiências compartilhando informação no blog, orientando monografias e oferecendo turmas de técnicas de escrita para a escrita acadêmica, vejo o importante impacto do Mapa Mental no processo de definição de objetivos e de comprometimento com suas escritas pessoais.

A sensação de ter que escrever linearmente, uma ideia após a outra, hierarquicamente, não funciona para muitas pessoas. Não funciona para mim, por exemplo. Quando eu mapeio a informação que quero pesquisar, investigar e desenvolver, me sinto mais livre para abordar tópicos mais soltos, intercalados, sem o compromisso imediato de fechar as ideias ou de partir para as revisões de pequenos fragmentos. Esta última, uma perigosa armadilha que prende muitos pesquisadores, o perfeccionismo. Sair do capítulo um e avançar para o dois, às vezes é mais complexo que iniciar um trabalho acadêmico em si. Falo por experiência.

A importância do Mapa Mental ainda está no campo da clareza. Já tive muitos alunos que achavam que estavam escrevendo sobre um tema, e quando mapearam suas ideias e resultados, estavam de fato discutindo outro. E este que se imaginava ser o ponto central, era de um plano secundário ou mesmo uma ilustração.


Mapas Mentais, sejam eles acadêmicos ou com outra finalidade, expressam autoria, organização, sistematização, processo, e até algum tipo de controle. Estar com uma postura ativa em seu próprio processo de produção de conhecimento é fundamental para uma formação de escritores e pesquisadores com mais consistência, método e clareza de seus processos de composição e criação na ciência.

Por hoje é só pessoal!
Com amor,
Ju.

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Ju.