quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Projetos, metas e tempo: organização para gestores escolares

Oi, gente. O título desse artigo foi o tema da palestra que realizei ontem (30/01/2018) na cidade de Mesquita (RJ). Conversar ontem com um grupo sobre planejamento e organização foi muito legal! Reencontrei muitos amigos e sai de lá com a sensação de dever cumprido.

Eu tenho uma relação emocional muito forte com essa cidade. Trabalhei lá 9 anos. Fiz muitos amigos, estudei muito e aprendi mais ainda. Fui coordenadora pedagógica no Ensino Regular e na Educação de Jovens e Adultos. Minha pesquisa de mestrado foi lá, assim como a monografia de uma das minhas pós-graduações lato sensu. Mesquita sempre significou muito para mim e foi uma honra poder compartilhar saberes.

Fiz uma lista com dicas para gestores de escola e todos que têm uma função estratégica na escola ou  outra instituição. Comunicação clara e gerenciamento das informações são fundamentais para agilizar  processos na escola e até na vida pessoal.



1- Diferencie o que é importante do que é urgente.

     Essa análise simples das tarefas pode ajudar muito na definição das metas e na clareza sobre as demandas.

2- Faça a comunicação circular: use murais informativos, cadernos de comunicação e envie cópias dos emails recebidos para a equipe.

     Uma questão complicada em escolas que tem profissionais que atuam apenas em um turno é o gerenciamento de informações. Tenha o calendário escolar num local visível para os profissionais, avise sobre as demandas externas com a maior antecedência possível, planeje atividades coletivamente e ouça os pares. A escola é um organismo pulsante, cheio de cultura própria e modos de ser, ouvir é importante.

3- Organize-se.


     Tenha uma agenda compartilhada (papel ou aplicativos) da gestão,  monte um quadro mensal de tarefas, faça um uso eficiente do calendário, sempre tenha pauta para reuniões, tenha uma caixa de entrada (local onde se centralizam as informações novas que chegam) e processe essas informações.
     Existem metodologias e ações consagradas de organização e produtividade que podem ajudar muito como Getting Things Done (GTD), Matriz de Eisenhower, Kanban, Listas, Mapas Mentais, Análise de SWOT. Mas isso só tem efeito se for para simplificar processos e não burocratizar mais a vida.

4- Escreva as metas.


    Desde a metade do século XX, pesquisas comprovam que metas escritas têm maior probabilidade de execução. Eu escrevo minhas metas pessoais e também as profissionais. Lembrando que as metas têm de ser palpáveis, possíveis, devem ter dimensão temporal e clareza.
    No coach as metas são construídas a partir da técnica S.M.A.R.T. ( em livre tradução: específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporizáveis)

5- Delegue.


   Delegar nem sempre é fácil, mas necessário. Pensar "qual a pessoa certa para fazer isso?", pode ser um bom começo. E lembre-se: feito é melhor que perfeito, seja flexível e distribua as tarefas.

6- Agilize.


    Agilizar esses processos mais burocratizados e administrativos abre espaço para focar em áreas de grande importância. Numa escola, por exemplo, muito tempo da gestão da unidade é destinado para o administrativo. Acelerando processos, organizando e planejando ações, o foco para o pedagógico- verdadeira razão de ser de uma escola-,  é ajustado e mais efetivo.

E você, tem alguma sugestão para completar essa lista?

Gratidão por tudo.
Com amor,
Ju.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Sobre a escrita

Queridos leitores, apresento a vocês, a mais nova colaboradora do blog: Bethania Bittencourt. Uma pesquisadora muito séria que tem um jeito bom e leve de viver. Bethania foi aluna de uma das oficinas de escrita acadêmica, tem uma página no Instagram [Estudos_viagem_comida] e compartilha hoje com a gente sobre seu processo de escrita.
Vai, Bethania! 
Com amor, 
Ju.

 Tempo de leitura: 1'46''

            Falar sobre o processo de escrita é algo que gosto muito, porque esse não me parece um processo fechado, acabado ou imutável. Escrever é aprimorar-se a cada vez que se produz - seja um artigo, um texto, uma poesia, um relato, etc.


            O meu processo de escrita não é muito um passo a passo, mas envolve tempo, pesquisa e muitas consultas e leituras. Eu vou escrevendo de forma livre, apontando ideias, dados, debatendo com a teoria, algo que talvez somente eu entenda. Depois eu reviso e reviso várias e várias vezes, melhoro os termos, substituo palavras, observo se as frases estão com o sentido que eu quero que elas tenham, se elas carregam a mensagem que eu pretendo transmitir. Essas revisões incluem também um cuidado de observar se o texto está coerente, organizado, equilibrado e, principalmente, se há problematização ou se meu texto é apenas uma compilação de ideias e citações de outros autores que coadunam comigo. Problematizo expondo as minhas impressões, com o cuidado de não prescrever, dialogando e levantando possibilidades, complexidades e problemas sobre. Cada vez que escrevo percebo que melhoro um pouco mais, então, para mim, a prática ajuda muito. 

            Problematizar era um problema para mim. Inicialmente, meus textos eram demasiadamente prescritivos e legalistas. Minha orientadora apontava isso frequentemente e me auxiliava (e auxilia) a evitar. Acredito, que quando se escreve não se pode estar alheio ao que já abordado sobre o assunto, seja o que harmoniza com a pesquisa como aquilo que a contrapõe. Por outro lado, há de se ter cuidado para não “anular-se” nessa escrita, produzindo apenas uma junção de tudo o que já foi dito sobre, como diz a Juliana Prata, um computador pode fazer isso! Uma professora do mestrado diz que há alunos que não escrevem um parágrafo completo sem fazer uma citação.  Desenvolver as ideias e uma discussão sobre o assunto é óbvio e essencial, mas não foi para mim, aliás essa foi a minha maior dificuldade.

            Algumas técnicas me ajudaram a desenvolver o foco na escrita – sim, quando sentamos para escrever aparece um monte de distração. A técnica Pomodoro é a que mais utilizo para focar no tempo de concentração. O método Cornel ajuda no fichamento dos textos lidos e a identificar as suas principais ideias dos textos e livros que leio. Dicionário de sinônimos por perto também colabora muito na substituição das palavras: reduzir as repetidas, melhorar outras.

            Pode parecer que os trabalhos que lemos foram construídos de uma única vez, mas, assim como os nossos, são revisados várias vezes, há partes que são retiradas, outras são que são mais elaboradas, enfim. Logo, a escrita pode começar de forma mais “artesanal” e, conforme as edições e revisões, tomar forma.

            Por fim, para facilitar no processo, eu busco focar naquilo que vou produzir. Isso significa analisar os eixos dos eventos para ver se realmente se afinam com o campo de pesquisa. Caso contrário, pode ser se aventurar em assuntos que não dominamos ou não temos literatura.

Boas leituras, boas pesquisas e boas escritas!





 Bethania Bittencourt Costa e Silva
Mestranda em Educação UFRJ, pesquisa orientação pedagógica e gestão democrática. Atua como orientadora/ coordenadora pedagógica em redes públicas municipais da Baixada Fluminense.  Mãe, esposa, filha. Apaixonada por livros, viagens e pela pesquisa.

sábado, 20 de janeiro de 2018

Notas sobre a produtividade acadêmica

[Tempo de leitura: 1'20'']

Olá, pessoal. A convite da Juliana venho contribuir com as discussões relacionadas a minha, a sua, e a nossa vida acadêmica! Experiências sobre a vida acadêmica eu entendo. Estou desde 2007 em formação. Emendar graduação com mestrado e o mestrado com o doutorado foi uma opção que não aconselho a ninguém a fazer. Como o foco de hoje é outro podemos conversar sobre esse tema em um outro momento. Durante minha rotina de estudos e pesquisa JAMAIS abdiquei de fazer aquilo que gosto: ler literaturas, viajar, ficar de bobeira e cultivar o ócio. Ah, não posso esquecer das demandas de trabalho e da vida profissional para além da academia. Raras vezes queimei ou pedi extensão de prazo para entrega de algo.

                                                                                       Fonte: Google

            Aí vem a pergunta. É possível produzir um trabalho acadêmico sem deixar de lado as atividades que gostamos de realizar? Sim! Para isso as técnicas de estudo e autogerenciamento estão aí. Sempre defendi que a produção de um trabalho acadêmico requer mais que o saber especializado. É muito importante que o pesquisador em formação (e até mesmo os já formados) tenha contato com coisas diferentes do que ele vivencia no seu cotidiano de produção e leituras. Quando estabelecemos contato com outros assuntos, frequentamos outros espaços, lemos outras coisas que nada tem haver com nossa pesquisa, quando estabelecemos a manutenção de atividades prazerosas, possibilitamos que nossa capacidade criativa seja ampliada.

            Ser criativo é uma demanda de grande importância para a vida profissional e acadêmica. Ser criativo é pensar em possibilidades para solucionar aquele problema de pesquisa; é encontrar meio cabível para o uso de determinado referencial teórico e metodológico com os dados a ser sistematizados; é ser capaz de elaborar hipóteses para os problemas da pesquisa; é estabelecer questionamentos objetivos e inovadores. Vale lembrar que o conceito de genialidade é questionável já que todos somos capazes de muito mais que pensamos ser. Criatividade não é um “dom” que alguns poucos possuem. Todos temos capacidade para sermos criativos mas para isso é necessário criar hábitos e praticar.

Criar uma agenda de tarefas é fundamental para isso. Reserve pelo menos um momento do seu dia para fazer aquilo que você mais gosta. Experimente e compartilhe conosco os benefícios que a adoção dessa estratégia para o aguçamento da criatividade possibilitou. Para uma vida acadêmica saudável é necessário respirar outros ares, experimentar outros sabores, vivenciar outras experiências.

Vinicius Monção
www.viniciusmoncao.com           



sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

O blog está crescendo

O Sua Vida Acadêmica existe desde 2015 com o compromisso de ajudar você nos estudos e na escrita, especialmente na escrita acadêmica.
O título do blog, desde sua criação, é "Sua Vida Acadêmica, por Juliana Prata". Mas, estamos crescendo, e nesta semana convidei três colaboradores para contribuir com essa página.

Amanhã, 20/01, publicaremos o texto do primeiro colaborador, Vinicius Monção. Pedagogo, mestre em Educação e doutorando em Educação. Uma pessoa linda, currículo lindo e um passaporte mais lindo ainda. Vinicius viaja pelo mundo, trabalha, tem família, estuda muito e é um artista. Ele equilibra tudo isso com muita criatividade e é sobre isso que ele vai falar. Ah, esqueci de contar que ele terminou a tese com UM ANO de antecedência. Isso mesmo. É muita disciplina! 

Então, aguardem!

Um beijo,
Ju.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Escrever é uma arte

Oi, gente!

Escrever é uma arte. Super concordo. E como toda arte, pode ser aprendida. A prática é o segredo.
Minha dica de hoje é o desafio das 750 palavras por dia. 
Parece muito, mas não é. 
Para o desafio da escrita (#desafiodaescrita), essa é minha técnica fundamental para evitar a procrastinação e aumentar minha motivação para escrever.
Ah, tem um site que você pode acompanhar o desenvolvimento do projeto é 750words.com

Beijos,
Ju.

Desafio do Artigo


Você já ouviu falar no Desafio do Artigo? Não? Lancei ontem nas Redes Sociais o novo projeto "Desafio do Artigo". É uma proposta de escrita de artigo em 10 dias.

Tive um resumo aprovado num congresso e devo entregar a versão completa do artigo até dia 31/01. Com essa demanda e com meu blog em mente - sempre, né?- pensei em um desafio que pudesse engajar meus queridos leitores.

Muita gente me pergunta por onde pode começar e como desenvolver uma rotina de escrita para produzir "aquele" artigo que está emperrado há meses. Foi então uma chance de unir o "útil ao agradável".

A dica de ontem foi de planejar a escrita de seu artigo acadêmico a partir de Mapas Mentais.
Se você quer saber mais sobre essa rotina de 10 dias, me siga nas Redes Sociais.

Se você se inspirou e quer aproveitar para escrever seu artigo também, escreva, tire uma foto e publique em uma Rede Social com a #desafiodaescrita

Facebook: Sua Vida Acadêmica
Instagram: @suavidaacademica

Um beijo e gratidão,
Ju.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Como ler mais rápido?

Tempo de leitura 2'05'' 

Muita gente me pergunta sobre dicas para acelerar a leitura de artigos acadêmicos e livros de diferentes gêneros. Eu já comentei que eu fiz um curso de leitura dinâmica na pré-adolescência? Então, nem dá pra explicar o que eu fazia naquela turma. Era uma loucura e meu professor era um super nerd com a cara do professor Ludovico, da Disney.

Existem muitos mitos sobre a leitura dinâmica e o principal deles é que ler rápido faz com que você não entenda o que leu. Eu posso afirmar por conhecimento de causa que não é assim que funciona. Quanto mais rápido você lê, mais ritmo você imprime ao seu sistema de compreensão e aprendizagem. Do contrário, quanto mais devagar você lê, na intenção de prestar mais atenção, mais você vai acostumar seus sistemas cognitivos a um ritmo mais lento. Então, leia rápido. É realmente melhor.

Ler mais rápido é possível. Porém, há limites. Muitos cursos pela internet prometem milagres. Algo como download do livro direto na mente. Isso não tem não. Mas há como, respeitando seu ritmo e compreensão, ir acelerando o volume de informações processado durante uma leitura.

Outra questão importante de ser dita é o tipo de leitura que se tem como demanda. Já li livros de ficção de 400 páginas em uma tarde e textos acadêmicos de Hegel de 30 páginas nas mesmas 4 horas. Relativizar é importante quando se trata de leitura acelerada.

                                                    Fonte: Google

O escritor Tony Buzan, a quem este blog deveria ser dedicado, escreveu um livro sobre o tema. Ele sentia que o ritmo de sua leitura era muito lento, em busca de superação, descobriu que era possível ler mais rápido estudando a física dos olhos e a maneira como o cérebro processa informações, em pouco tempo ele conseguiu dobrar sua velocidade de leitura, depois disso ele desenvolveu um potencial que o permitiu ler mais de 2 mil livros ao longo da vida. Pensa só... uau! Eu leio uns 40 por ano, excetuando 2016, que foram 70. É, talvez eu chegue a esse número um dia. Buzan diz ainda que:

“Quem pratica leitura dinâmica compreende melhor o texto, alcança maiores níveis de concentração e tem tempo para revisar áreas de especial interesse e relevância.”

Um das técnicas ensinadas por Buzan e que uso muito é a Técnica de Varredura. Ela consiste em você passar os olhos diagonalmente pela página que você vai ler. É coisa de um segundo mesmo. Pesquisas apontam que esse procedimento realiza um tipo de registro duplo da informação. É como se você já tivesse, de alguma forma, lido a página que passou os olhos e, quando a lê realmente, seu cérebro tem uma compreensão maior porque entende que é uma releitura e não uma leitura inicial.

Outra dica que me ajuda muito a melhorar meu tempo de leitura é cronometrar meu tempo médio de leitura de página. Pego uma página de complexidade média e marco quanto tempo eu levo para lê-la por completo. Esse exercício me ajuda a planejar tempo de calendário para estudos para alguma prova ou mesmo só para saber. Com meus alunos, apenas o fato de marcarem seu tempo, faz com que se sintam obrigados e ler ao menos um pouco mais rápido e “quebrarem” seus recordes. Vale tentar.

Eu também uso metas de leitura. De livros mais simples, umas 50 páginas por dia é tranquilo de se alcançar. Para livros mais difíceis, eu tiro a média de tempo disponível e vejo quanto é possível. Mas, só de criar essa intenção de metas, já ajuda muito em direção aos seus propósitos. Ah, usar post-its de metas também é muito legal. Você está na página 50 hoje e já cola o post-it na página 100, que seria a meta de amanhã.

A última dica é aproveitar as janelas de tempo durante o dia. São muitas, não duvide. Por isso, sempre tenha um livro, artigo ou partes deles com você. O pessoal dos concursos públicos costuma até destacar as páginas e encaderná-las por capítulos ou seções. Sinceramente, ainda trato livros como entes queridos, e essa ideia me apavora, mas existe. Saiba disso.
O ato de ler é realmente fundamental para nossa vida social, parafraseando o querido patrono da educação brasileira, Paulo Freire. Falar sobre leitura e livros num país onde menos de 50% já leu partes de um livro (não estamos nem falando de um livro inteiro), ainda é um privilégio, infelizmente. Falar de escrita acadêmica então... para poucos. Uma pena. Mas, vamos fazendo nossa parte na construção de uma sociedade mais equânime e que todos tenham direito a ler e escrever, seja rápido ou mesmo devagar.

E você, gosta de ler? Deixa um comentário sobre suas ideias de leitura.
Com amor,
Ju

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Desafio do Artigo

Feliz 2018!
Muitos planos para o novo ano? Eu sim! Minha palavra do ano é HARMONIA. No corpo, na mente, na família e na vida acadêmica, claro.
Eu tenho um prazo até 30 de janeiro para entregar um artigo científico que vai para os Anais de um congresso internacional realizado em dezembro do Uruguai. Nesse cenário de férias, volta à rotina e organização do novo ano, tive uma ideia: um desafio.
                                                                                             Fonte: Google

Vou mostrar para vocês como é possível escrever um artigo com toda seriedade e critérios acadêmicos do zero até sua revisão final em 10 dias. Você pode acompanhar esse desafio no stories do Instagram @suavidaacademica. 

Vou começar na manhã do dia 15/01/2018. Mas se você não puder assistir, sem problemas, ele fica no ar por 24 horas. Eu não irei marcar um horário certo porque meu filho também está de férias e vou escrever quando der.

Nessa série, você vai ver como me organizo para traçar um plano de escrita, selecionar os referenciais, estabelecer um cronograma e escrever, claro.

Então, o Desafio do Artigo acontecerá de 15 a 25/01, lá no Instagram. Se você quiser me acompanhar e escrever seu artigo também, será muito legal se usar #desafiodoartigo ou #suavidaacademica

 Te espero por lá.

Com amor,
Ju.