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terça-feira, 16 de outubro de 2018

3 Dicas para organizar sua vida acadêmica


Tempo de leitura: 1' 50'' 

A vida acadêmica é uma caixinha de surpresas. Começa como um sonho, um projeto de vida e temos que manter o controle e a organização para esse sonho não se transformar em um pesadelo! E eu não estou exagerando.  E você, como tem andado quanto pensa na sua vida acadêmica? Sentindo angústia com o volume de demandas acadêmicas na sua vida? Precisando de uma ajuda para desenrolar seu artigo? Pensando em largar tudo? Calma. Fica comigo que aqui traremos três dicas práticas para organizar sua escrita e seus estudos de graduação e pós-graduação.

            No blog, temos três anos de pesquisas acumuladas para apoiar suas escolhas acadêmicas e poder levar a vida com mais leveza, clareza e impacto. Sou professora de carreira universitária, trabalho diretamente com ensino, pesquisa e extensão e posso te garantir que muitas das suas preocupações podem se dissolver se você se organizar mais, ter metas semanais escritas e executá-las, por exemplo.

            Trabalho muito desde a graduação. Toda minha trajetória acadêmica foi concomitante ao trabalho. Mas, ainda assim sempre publiquei, viajei e produzi. E no meio do caminho tive um filho e depois descobri que ele tem necessidades especiais. Se eu consigo, você consegue também. Temos o mesmo equipamento de fábrica! 
                Quer saber meu segredo? Foco e direção. E como saber para onde olhar e em quê focar? Olhe para você. Isso sempre funciona comigo. Saber o meu porquê sempre me dá força e clareza. É claro que não é assim todos os dias, sou humana. Mas ter estratégias para focar no importante para você é fundamental. Sempre digo que meus cursos e artigos são para nos nutrir nos dias ruins, porque nos bons, a vida flui.


.                                                                                                     Fonte: Pinterest

            E se você quer construir uma estrutura mais sólida na sua vida acadêmica e quer conhecer as três dicas que preparei para você, olha só:

1-      Gerencie suas informações

Ninguém tem tempo para nada hoje em dia. Um dos segredos da gestão do tempo e energia é organizar o processamento e execução das informações que chegam até você. Sistemas de organização como o Getting Things Done (GTD) ou o Kanban podem te ajudar, assim como aplicativos como o Evernote, Trello, Todoist, Asana, Google Keep e Notion (Eu uso os dois primeiros). Ter uma agenda e usar o calendário  também são ações que parecem simples, mas fazem bastante diferença no gerenciamento de informações da vida adulta como um todo, especialmente para quem está envolvido num projeto complexo como a vida acadêmica.

2-      Organize seu tempo de escrita

A técnica Pomodoro é a que mais gosto para organizar o tempo que tenho disponível para estudar ou escrever. A técnica original alterna 25 minutos de trabalho focado com 5 minutos de pausa. Os passos para o emprego da técnica são:
Listar: Crie uma lista de tarefas que precisa realizar
Cronometrar: programe um cronômetro para 25 minutos
Trabalhar sem pausas: da lista inicial, selecione uma tarefa para realizar primeiramente e trabalhe nela sem quaisquer interrupções (é essencial não pausar a tarefa nesse período!)
Pausa: assim que os 25 minutos acabarem, faça uma pausa de 5 minutos, aproveitando esse tempo para fazer algo que te relaxe.
Retomada: depois do intervalo, retome as atividades por mais um “pomodoro”. Realize intervalos ao final de cada um.
Pausa Longa: após quatro “pomodoros”, faça uma pausa mais longa –  de 30 minutos –  e, depois, recomece a tarefa.
Tarefa concluída: apenas ao terminar, risque a tarefa de sua lista inicial.

 Para usar a Técnica Pomodoro no computador, sugiro os plug-ins Pomello e Tomato-timer, para IOS, Be Focused e para smartphones e tablets Android: Clear Focus.
Essa técnica renderá mais se você planejar o quê vai escrever ou estudar antes. Não esqueça. Siga os passos. Para meus alunos, junto com os Mapas Mentais, é a técnica que mais ajuda a emplacar na produtividade.

3-      Trabalhe com mapas mentais acadêmicos

E falando neles, os Mapas Mentais são muito bons. Mesmo. Criei até a versão deles com o subconceito de Mapas Mentais Acadêmicos que são diagramas que auxiliam no planejamento e produção de projetos acadêmicos de distintas naturezas como resenhas, artigos, monografias, dissertações e teses.CLIQUE AQUI PARA SABER MAIS SOBRE MAPAS MENTAIS ACADÊMICOS ou AQUI
A essência dos MMAc. é você colocar no centro do uma folha de papel o tema do seu projeto e relacionar a palavras que explicam os aspectos que você quer abordar. Tony Buzan, o criador da técnica de Mapas Mentais, chama isso de Ideias de Ordenação Básica (IOB’s).
Questões importantes também são usar cores em cada seção de escrita (azul para o primeiro capítulo, verde para o segundo, por exemplo), e palavras representativas e não frases inteiras. Em vez de escrever “A desigualdade social é uma característica da formação da sociedade brasileira”- como tema de capítulo, por exemplo- você escreveria: BRASIL----DESIGUALDADE. Essas palavras representativas estimularão sua mente no preenchimento de possíveis lacunas de ideias.
Na prática, recomendo ainda, montar um mapa vazio, apenas com o tema e ficar refletindo sobre possibilidades de organização. Esse é um exercício baseado em princípios da neurociência. Nosso cérebro tende a preencher vazios e esse sistema pode ser um aliado para a geração de novas ideias.

            Essas dicas podem dar o impulso, mas a prática e a constância é que vão trazer, de fato, resultados para sua carreira, vida pessoal e desenvolvimento acadêmico. Especialistas em produtividade apontam que varia de 21 a 60 dias a formação de um novo hábito. Insista, os resultados valem à pena.

Conhece alguém que anda enrolado na vida acadêmica? Ah, compartilha, né!?

Um abraço. Gratidão.
Com amor,
Ju

E se você quiser conferir outras dicas importantes, deixo AQUI o link para o meu e-book ou livro físico Sua Vida Acadêmica: escreva mais e melhor.

























































domingo, 17 de junho de 2018

Dicas de Produtividade para Acadêmicos


Nosso primeiro infográfico! Compartilhe e repasse para os amigos!

Com amor,
Ju.

sábado, 26 de maio de 2018

Como fazer pesquisas acadêmicas?



Tempo de leitura: 1'40''


Oi, gente! Tudo bem?
Mês de maio. Quem está soterrado de trabalho aí, levanta a mão!

Nas duas últimas semanas fiz duas palestras abordando o tema do título. Na verdade, o assunto era a formação do professor-pesquisador, mas o que fez sucesso mesmo foi o uso de algumas estratégias de captura para as pesquisas acadêmicas.

Como eu trabalho em uma universidade, sempre tenho (ou tenho que ter) uma pesquisa no gatilho. O espaço universitário ajuda muito nesse sentido. Pesquiso sobre as práticas na sala de aula, sobre as orientações de monografia que ajudo a desenvolver, sobre o grupo de pesquisa- Políticas Públicas, Território e Juventude- e ainda sobre as quatro extensões universitárias em que sou colaboradora, duas sobre leitura e duas sobre processos de inclusão de pessoas com necessidades especiais.

Para organizar meu tempo, já que eu tenho uma vida fora da universidade \o/, eu trabalho com a metodologia do GTD- Getting Things Done- do guru da produtividade David Allen no livro que eu mais recomendo na vida: A Arte de Fazer Acontecer. (Só leiam e depois me agradeçam).

O termo CAPTURA para ele é um dos passos básicos do GTD, um dos cinco passos para dominar o fluxo de trabalho.
Segundo Allen (2015),
É importante saber o que precisa ser capturado e como fazer isso de forma eficaz para que possa ser processado apropriadamente. Para libertar sua mente da necessidade de se ater a tudo, você precisa ser feito ou decidido e ter certeza de que, em algum momento, vai processar e revisar tudo isso. (p.59)







Existem vários tipos de ferramentas que podem ser usadas para capturar as pendências ou ideias de quaisquer tipos, inclusive as acadêmicas, sejam elas tecnológicas ou não que uso e recomendo:

1-       Cadernos

O caderno e folhas soltas podem capturar ideias aleatórias, tarefas, informações ou breves registros. O caderno de campo já é um instrumento mais direcionado para específicas anotações que ocorrem no campo, no loco da pesquisa, que pode ser uma escola, uma empresa, uma aldeia, dentre muitas outras possibilidades.

2-       Gravador

O gravador ainda é um instrumento muito utilizado entre os pesquisadores para captura imediata de ideias, notas mentais, percepções e tarefas a serem cumpridas. Hoje em dia eu não tenho mais um gravador físico, mas uso aplicativos ótimos no meu telefone celular que auxiliam muito.

3-       Whatsapp

Um instrumento rápido que uso muito é o grupo no Whatsapp. Recentemente fiz uma pesquisa que incluía entrevistas estruturadas, com perguntas fechadas. Criei um grupo no aplicativo incluindo mais uma pessoa, como é o procedimento de criação de grupos e, em seguida, excluí essa pessoa. Logo, fiquei sozinha no grupo de nome “Pesquisas 2018”. Ali armazenei fotos de capas de livros que queria usar como referências, os áudios das entrevistas, anotações e fotografias das produções dos estudantes. O objetivo era ser funcional, bem minha cara mesmo. Tem dado certo. Na hora da escrita, é bem simples. Abro meu Whatsapp no computador e PLIM! Bastante prático e minimamente organizado, como eu gosto.

4-       Evernote

Outro aplicativo que uso há 7 anos e recomendo é o gerenciador de notas Evernote. Faço essa captura imediata também por meio do meu celular. Existem outros aplicativos igualmente bons: Trello, Todoist, OneNote, Google Keep, mas eu falo do Evernote porque é o que eu conheço mesmo. Teste o que se encaixa na sua vida e colha os resultados de mais organização e funcionalidade. (pareceu frase de comercial, hehehe).

5-       Mendeley

Outra ferramenta ímpar, que recomendo muito é o Mendeley. Ele é um gerenciador de referências. Isso mesmo, referências bibliográficas. Você instala no seu computador e vai alimentando o sistema. A curto prazo é apenas legal, mas depois de um ano produzindo você sente uma diferença muito grande. Na hora de escrever, ele automatiza processos e arquiva as referências dos seus autores mais usados (super comum para pesquisadores que ficam algum tempo no desenvolvimento do mesmo tema, ou de temas correlatos). Conheça. É minha dica.
Escrever é um direito. Conhecer estratégias para se organizar e escrever mais e melhor, também. 

Espero ter ajudado.

Com amor,
Ju.


domingo, 22 de abril de 2018

Parte II- Dez dicas que eu gostaria de ter lido antes do mestrado


Tempo de leitura: 1'48"

Continuando o post anterior...

Na postagem anterior, escrevi cinco dicas que eu gostaria de ter sabido antes ou até durante o mestrado mesmo. Mas clareza é um termo que é construído com o tempo. Geralmente é quando olhamos para trás que conseguimos ver os pontos se ligando. Continuando aquela conversa, seguem as cinco dicas que faltaram:


6- Leia sobre como escrever.

Isso me ajudou muito na vida pós-mestrado. Sim, poderia ter sido durante, mas a rotina excruciante de trabalho que eu tinha na época não me permitiu fazer nada melhor do que fui capaz de fazer.
Ler sobre como escrever me deu noção que existem técnicas e que a escrita não precisa ser aquele exercício quase infinito de escrever e apagar e escrever e chorar... Por exemplo, os Mapas Mentais, que depois acabei batizando de Mapas Mentais Acadêmicos, funcionam como planejadores de ideias e seções. Ajudam muito. Tem muita coisa aqui no blog sobre isso.


7- Peça feedbacks.

Eu sou inteiramente vigostkiana quando se trata de desenvolvimento das aprendizagens, até com adultos. Muita gente fala da Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) como uma articulação entre sujeitos da aprendizagem no que tange a trocas e intervenções produtivas nos processos de construção do aprender. A zona de desenvolvimento proximal situa-se entre a zona de desenvolvimento real e a zona de desenvolvimento potencial proporcionando o avanço de uma situação inferior para outra de maior conhecimento. (REGO, 1995).
Eu tive oportunidade de fazer mestrado com uma amiga de muitos anos e uma trabalhou com a outra, embora eu falasse de Sociologia da Educação e ela falasse de Educação em Direitos Humanos. Assim, uma apoiou a outra sendo leitora de controle dos trabalhos e fazendo inferências, sempre que fosse possível.
Leitor de controle é o nome da pessoa que você implora para ler seus trabalhos e dar uma “corrigida” de leve. O seu orientador provavelmente não irá fazer isso. Então, a gente se vira como dá.  Essa dica eu usei e fez muita diferença na qualidade da minha produção acadêmica.
Ah, claro, se você pediu para alguém ser seu leitor de controle, se ofereça para ser o (a) dele (a) também. Bom senso! Ninguém tem tempo hoje em dia.


8- Apresente trabalhos.

Apresentar trabalhos acadêmicos em congressos e afins é muito importante. Disso todo mundo sabe. Mas, que tal apresentar aquele trabalho de final de disciplina? Sim, ele já está pronto e sim, ele é inédito. Além de alimentar seu currículo, você tem oportunidade de troca. Ouvir o que estão produzindo e que é correlato ao seu tema e falar também.
Na escuta atenta, conseguimos concatenar ideias sobre os próximos passos da nossa dissertação. Não despreze esses momentos, são relevantes à sua formação. Sobre a fala, ao longo desses anos tratando sobre dicas de escrita, vejo que o texto acadêmico nasce mesmo do que estamos falando. A organização do discurso é, dessa forma, estruturante para pensar onde se está e aonde se quer chegar. Helen Sword, uma pesquisadora dos processos de produção acadêmica fala das conversas acadêmicas como oportunidades de reelaboração da narrativa e geração de novas ideias.
E quando alguém te perguntar sobre a dissertação, encare como uma oportunidade de conversa e geração de novos links sobre seu tema. Nossa tendência não é essa, eu sei. Eu ficava irritada e achava que a pessoa estava de ironia comigo. Se identificou? Abafa.


                                                                                     Fonte: Google


9- Valorize seu exame de qualificação.

Vejo muita gente desesperada com o exame de qualificação. São dúvidas diversas. Desde quantas páginas devem ter até qual lanche levar para a banca (!). O essencial para mim é ver esse momento como um divisor de águas. Você escreve uma abordagem inacabada da estrutura da sua dissertação contendo, preferencialmente, os autores com quem vai trabalhar, os conceitos fundantes, algumas operações conceituais, a metodologia que escolheu e os apontamentos para a pesquisa, que pode até estar concluída, mas que ainda precisa balizar os tópicos descritivos e interpretativos.
A banca, nesse caso, vai ler sua produção e te dar sugestões e orientações específicas para seu texto final. Essa banca, geralmente no Brasil é composta de 3 professores doutores e é mantida para sua defesa. O exame de qualificação, em geral, é feito um ano após sua aprovação, mas ainda não é sua defesa. É um momento intermediário, onde alguém além do seu orientador vai falar sobre a sua proposta de trabalho.
Depois de feito o texto e remetido para a banca, acontece seu exame. Em alguns programas de pós-graduação, esse momento é aberto. Minha dica é não convidar ninguém. No máximo seu grupo de pesquisa. Não convide parentes ou amigos que não conhecem os rituais acadêmicos. A família não ajuda nesse momento.
Seria bom gravar em áudio, se a banca permitir, as falas dos professores para você enriquecer seu trabalho. Outra dica valiosa, que eu gostaria de saber durante o mestrado é tirar uma foto da ata do exame de qualificação (com permissão, claro). Na ata, seu orientador descreve os principais apontamentos da banca para seu texto de defesa de mestrado. Quais objetivos e ideias para desenvolvimento da pesquisa, por exemplo. Muitas vezes a ata vai servir de norteador da banca para as intervenções no dia da defesa.


10- Você pode escrever a dissertação!

É um grande projeto fazer mestrado ou doutorado. Muita gente já fez isso antes de você e muitos mais (assim eu espero) farão depois. Você pode fazer isso. Muitas vezes o desânimo e até patologias mais graves podem nos atingir, tomando como porta de entrada a sensação de ser impostor ou de não ser capaz de executar esse projeto. Muitas manhãs eu relutava em ir à aula ou a pesquisa achando que não conseguiria escrever, especialmente porque descobri uma gravidez com 16 meses de curso de mestrado. Fiz o exame de qualificação com 25 semanas de gestação e defendi no dia que meu filho fez 5 meses. Duvidei da minha capacidade de concluir essa tarefa e digo para você: você pode! Confia. Peça ajuda, negocie, planeje-se, tire uma folga, volte a escrever, diga sins, diga nãos, comemore pequenas conquistas, equilibre-se.
A vida acadêmica deve ser sustentável, com método, paixão e, sobretudo, equilíbrio. Escrever está muito mais para maratona do que para corrida de 100 metros. Respira e vai!

Com amor,
Ju.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Dez dicas que eu gostaria de ter lido antes do mestrado


[Tempo de leitura: 1' 35''*]

Mestrado. Não o subestime. Mesmo.
É com essa animação que eu começo falando sobre umas dicas que eu pagaria para tê-las no início do meu mestrado. Fiz mestrado em Educação, Cultura e Comunicação de 2011 a 2013, uma experiência muito relevante para tudo que veio depois na minha vida.

Mas sim, se eu dominasse mais algumas ferramentas de controle de tempo, dissesse mais nãos e trabalhasse menos, a experiência teria doído bem menos, tenho certeza.

Aí vão dez dicas que organizei pensando em você, que está começando o mestrado e está levemente perdido.


1-      Negocie.
Você não vai precisar de tempo apenas para cursar as disciplinas, que são por volta de 7 no mestrado. Para cada aula, há uma carga de leitura importante que deve ser contada quando você se organiza para uma experiência acadêmica desse porte. Eu trabalhava MUITO na época. Cerca de 55 horas semanais. E sim, os finais de semana foram sacrificados, mas ter clareza dos seus objetivos é fundamental para manter a motivação. Então, negocie com sua família, amigos, chefe e até colegas de trabalho. Esses serão os primeiros a falar: “Cadê a Juliana? Mas gente, esse povo estuda e some...” Enfim, se eu der mais detalhes, começarei a escrever nomes...hehehe. Deixa pra lá. Entendeu, né? Negocie. Veja também se em seu trabalho há algum benefício para quem esteja fazendo mestrado ou doutorado, licenças, redução de carga ou troca de horários podem ser esplêndidas nesses momentos.

2-      Defina prazos desde o início.
Quando a gente passa na seleção, acha que deve se preocupar nesse momento apenas com as disciplinas e os trabalhos. Não. Mestrado é autonomia, formação de pesquisador. Portanto, tenha clareza de seu projeto e com vai executá-lo no curto prazo de 24 meses. Defina prazos, use listas, mapas mentais, aplicativos e tudo o que puder te ajudar. Eu trabalho com listas semanais e vou marcando os objetivos que já consegui conquistar. (Ex. Ler o artigo tal, escrever o resumo para o pôster do congresso tal, e aí vai...)

3-      Escreva, se possível, todos os seus trabalhos, relatórios, apontamentos, fichamentos e pesquisas em um computador apenas.
São muitos os problemas que podem surgir quando usamos dois ou até mais computadores. Mas o problema central é se você usa o Word. As versões são alteradas quando abertas em outros computadores e sempre se desconfiguram. Tirando esse fato, a padronização dos arquivos pode ficar comprometida e, obviamente, a recuperação de dados quando você mais precisa. Se poupe.

4-      Se não sentir confiança, troque de orientador.
Politicamente entendo o quanto isso pode ser difícil, mas o mestrado é tão curto que vale uma pequena indisposição como essa. Meu critério de seleção de orientador é acessibilidade, confiança e pensar junto o meu projeto. Às vezes, os experts, os doutores incríveis, não compartilham e ajudam nesse processo. O que é um paradoxo, eu sei, eles são os melhores.  Mas considere mais as relações do que a qualidade técnica. Fica a dica de quem já viu muita coisa nas relações de pessoas com seus orientadores.

5-      Leia trabalhos de orientandos do seu orientador e do seu grupo de pesquisa.
Uma das primeiras atividades do mestrado é a leitura de uma dissertação concluída que de alguma forma se aproxime do seu tema. Recomendo que você faça isso com seu coração. É um exercício importante. Mais que isso, recomendo que você leia ao menos duas dissertações relacionadas ao seu tema por mês, no primeiro ano de mestrado. Vamos dizer que tenha conseguido ler umas 10 dissertações. Seu repertório vocabular, sua clareza e familiaridade com o texto acadêmico serão muito aprofundadas. Isso deu muito certo comigo.

Bem, o texto já está grande e eu continuo no próximo post.

Se quiser adquirir meu livro, segue o link (Tem formato e-book e livro físico)


Gratidão.
Com amor,
Ju.

 * Quem é meu aluno sabe que faço leitura dinâmica desde os 11 anos. Deixo claro que é outra pessoa que lê para eu fazer as estimativas de tempo...rs Só pra esclarecer!

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Projetos, metas e tempo: organização para gestores escolares

Oi, gente. O título desse artigo foi o tema da palestra que realizei ontem (30/01/2018) na cidade de Mesquita (RJ). Conversar ontem com um grupo sobre planejamento e organização foi muito legal! Reencontrei muitos amigos e sai de lá com a sensação de dever cumprido.

Eu tenho uma relação emocional muito forte com essa cidade. Trabalhei lá 9 anos. Fiz muitos amigos, estudei muito e aprendi mais ainda. Fui coordenadora pedagógica no Ensino Regular e na Educação de Jovens e Adultos. Minha pesquisa de mestrado foi lá, assim como a monografia de uma das minhas pós-graduações lato sensu. Mesquita sempre significou muito para mim e foi uma honra poder compartilhar saberes.

Fiz uma lista com dicas para gestores de escola e todos que têm uma função estratégica na escola ou  outra instituição. Comunicação clara e gerenciamento das informações são fundamentais para agilizar  processos na escola e até na vida pessoal.



1- Diferencie o que é importante do que é urgente.

     Essa análise simples das tarefas pode ajudar muito na definição das metas e na clareza sobre as demandas.

2- Faça a comunicação circular: use murais informativos, cadernos de comunicação e envie cópias dos emails recebidos para a equipe.

     Uma questão complicada em escolas que tem profissionais que atuam apenas em um turno é o gerenciamento de informações. Tenha o calendário escolar num local visível para os profissionais, avise sobre as demandas externas com a maior antecedência possível, planeje atividades coletivamente e ouça os pares. A escola é um organismo pulsante, cheio de cultura própria e modos de ser, ouvir é importante.

3- Organize-se.


     Tenha uma agenda compartilhada (papel ou aplicativos) da gestão,  monte um quadro mensal de tarefas, faça um uso eficiente do calendário, sempre tenha pauta para reuniões, tenha uma caixa de entrada (local onde se centralizam as informações novas que chegam) e processe essas informações.
     Existem metodologias e ações consagradas de organização e produtividade que podem ajudar muito como Getting Things Done (GTD), Matriz de Eisenhower, Kanban, Listas, Mapas Mentais, Análise de SWOT. Mas isso só tem efeito se for para simplificar processos e não burocratizar mais a vida.

4- Escreva as metas.


    Desde a metade do século XX, pesquisas comprovam que metas escritas têm maior probabilidade de execução. Eu escrevo minhas metas pessoais e também as profissionais. Lembrando que as metas têm de ser palpáveis, possíveis, devem ter dimensão temporal e clareza.
    No coach as metas são construídas a partir da técnica S.M.A.R.T. ( em livre tradução: específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporizáveis)

5- Delegue.


   Delegar nem sempre é fácil, mas necessário. Pensar "qual a pessoa certa para fazer isso?", pode ser um bom começo. E lembre-se: feito é melhor que perfeito, seja flexível e distribua as tarefas.

6- Agilize.


    Agilizar esses processos mais burocratizados e administrativos abre espaço para focar em áreas de grande importância. Numa escola, por exemplo, muito tempo da gestão da unidade é destinado para o administrativo. Acelerando processos, organizando e planejando ações, o foco para o pedagógico- verdadeira razão de ser de uma escola-,  é ajustado e mais efetivo.

E você, tem alguma sugestão para completar essa lista?

Gratidão por tudo.
Com amor,
Ju.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Sobre a escrita

Queridos leitores, apresento a vocês, a mais nova colaboradora do blog: Bethania Bittencourt. Uma pesquisadora muito séria que tem um jeito bom e leve de viver. Bethania foi aluna de uma das oficinas de escrita acadêmica, tem uma página no Instagram [Estudos_viagem_comida] e compartilha hoje com a gente sobre seu processo de escrita.
Vai, Bethania! 
Com amor, 
Ju.

 Tempo de leitura: 1'46''

            Falar sobre o processo de escrita é algo que gosto muito, porque esse não me parece um processo fechado, acabado ou imutável. Escrever é aprimorar-se a cada vez que se produz - seja um artigo, um texto, uma poesia, um relato, etc.


            O meu processo de escrita não é muito um passo a passo, mas envolve tempo, pesquisa e muitas consultas e leituras. Eu vou escrevendo de forma livre, apontando ideias, dados, debatendo com a teoria, algo que talvez somente eu entenda. Depois eu reviso e reviso várias e várias vezes, melhoro os termos, substituo palavras, observo se as frases estão com o sentido que eu quero que elas tenham, se elas carregam a mensagem que eu pretendo transmitir. Essas revisões incluem também um cuidado de observar se o texto está coerente, organizado, equilibrado e, principalmente, se há problematização ou se meu texto é apenas uma compilação de ideias e citações de outros autores que coadunam comigo. Problematizo expondo as minhas impressões, com o cuidado de não prescrever, dialogando e levantando possibilidades, complexidades e problemas sobre. Cada vez que escrevo percebo que melhoro um pouco mais, então, para mim, a prática ajuda muito. 

            Problematizar era um problema para mim. Inicialmente, meus textos eram demasiadamente prescritivos e legalistas. Minha orientadora apontava isso frequentemente e me auxiliava (e auxilia) a evitar. Acredito, que quando se escreve não se pode estar alheio ao que já abordado sobre o assunto, seja o que harmoniza com a pesquisa como aquilo que a contrapõe. Por outro lado, há de se ter cuidado para não “anular-se” nessa escrita, produzindo apenas uma junção de tudo o que já foi dito sobre, como diz a Juliana Prata, um computador pode fazer isso! Uma professora do mestrado diz que há alunos que não escrevem um parágrafo completo sem fazer uma citação.  Desenvolver as ideias e uma discussão sobre o assunto é óbvio e essencial, mas não foi para mim, aliás essa foi a minha maior dificuldade.

            Algumas técnicas me ajudaram a desenvolver o foco na escrita – sim, quando sentamos para escrever aparece um monte de distração. A técnica Pomodoro é a que mais utilizo para focar no tempo de concentração. O método Cornel ajuda no fichamento dos textos lidos e a identificar as suas principais ideias dos textos e livros que leio. Dicionário de sinônimos por perto também colabora muito na substituição das palavras: reduzir as repetidas, melhorar outras.

            Pode parecer que os trabalhos que lemos foram construídos de uma única vez, mas, assim como os nossos, são revisados várias vezes, há partes que são retiradas, outras são que são mais elaboradas, enfim. Logo, a escrita pode começar de forma mais “artesanal” e, conforme as edições e revisões, tomar forma.

            Por fim, para facilitar no processo, eu busco focar naquilo que vou produzir. Isso significa analisar os eixos dos eventos para ver se realmente se afinam com o campo de pesquisa. Caso contrário, pode ser se aventurar em assuntos que não dominamos ou não temos literatura.

Boas leituras, boas pesquisas e boas escritas!





 Bethania Bittencourt Costa e Silva
Mestranda em Educação UFRJ, pesquisa orientação pedagógica e gestão democrática. Atua como orientadora/ coordenadora pedagógica em redes públicas municipais da Baixada Fluminense.  Mãe, esposa, filha. Apaixonada por livros, viagens e pela pesquisa.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

SEIRI: sobre o senso de utilização na vida acadêmica


Oi amigxs!
Tudo bem com vcs?

Nosso assunto de hoje é o SEIRI, você já ouviu falar? Bem, esse é o nome de um dos cinco pilares de uma técnica japonesa de nome 5S para a produtividade, bastante difundida no mercado empresarial. SEIRI significa senso de utilização, separar o útil do inútil antes do processo de criação. Preparar o espaço.

Bem, quando li sobre o SEIRI achei que tem tudo a ver com o blog e com vocês, queridos leitores. Para mim, a palavra chave depois de organização no SEIRI é clima. Você prepara o clima para produzir.

Tirar o inútil da sua mesa de trabalho não significa que aquele objeto terá como destino imediato a lixeira. Não. Significa que no momento do processo criativo, em nosso caso, comumente a escrita, aquele objeto não tem uma utilidade emergencial e, portanto, não precisa ficar em cima da mesa, pode ir para o armário, por exemplo. Sua mesa não precisa ser bagunçada. Eu juro. A primeira mesa linda que vi e disse “quero ser assim” foi de uma amiga, Mirela. Sempre chique e organizada. Tenha você também uma Mirela para se espelhar! Bj, Mi.

Acho a mesa de trabalho muito importante para o desenvolvimento de qualquer ação e naturalmente sua organização. Vejo umas mesas de colegas que me dá até medo. Aquele papo que “eu me entendo na minha bagunça” é verdadeiro, sim, eu mesma vivi isso muito tempo. Mas, galera, ter cada coisa em seu lugar não tem comparação. E ter poucas coisas então... ah, eu amo o minimalismo. Já contei aqui minha saga com meus títulos eleitorais e as carteirinhas de plano de saúde... Não quero mais isso para mim.

Os princípios do SEIRI são:
1-    Definir qual atividade importante eu devo fazer;
2-    Identificar o tipo de arrumação de acordo com a utilidade imediata dos objetos;
3-    Evitar sempre o desnecessário e o desperdício;
4-    Descartar o que você não vai usar agora: pode ser em outro local ou no lixo mesmo.




A atividade do SEIRI pode ser aplicada no seu computador também. Caso você tenha espaço, não precisa deletar nada, mas organizar é fundamental. Eu defino a quantidade de pastas nos “meus documentos”, de acordo com o número de projetos que estou envolvida. Exemplificando: Acadêmico- Trabalho e Pessoal. E dentro de cada item, eu desdobro os projetos que estou envolvida. Na pasta Acadêmico, por exemplo, tenho as pastas Congressos, Artigos, Resumos, Rascunhos e Publicações.

Dessa forma, eu me ajudo quando vou salvar um email que a minha orientadora me mande, por exemplo. Vou salvá-lo sempre buscando um padrão para facilitar meu arquivamento e minha futura procura. Geralmente fica assim: Academico.Resumos.Alas2017

Se o documento que estou escrevendo é para o blog, eu salvo: Academico.Publicações.Blog.SEIRI

Desse jeito eu me acho bem fácil.

Caso você esteja mexendo em um artigo, recomendo salvar com a data na frente, assim você evita os nomes ARTIGO.FINAL; ARTIGO FINAL. FINALÍSSIMO ou até o AGORA.ACABOU.MESMO.O.ARTIGO. Eu nem ligo mais, mas isso é vergonhoso, tá!?

Deixa bonitinho: 27.01.2017.Academico.Congresso.Alas2017. No futuro você vai ver que vale a pena.

Ah, uma coisa legal de falar também é para não jogar fora as maluquices que a gente escreve e não gosta depois. Eu tenho uma pasta de rascunhos que sempre me salvam para dar o pontapé inicial em um novo processo de escrita.
Essa aplicação do SEIRI facilita a localização de informações e objetos, otimiza seu espaço, aumenta sua produtividade, organiza mais e você aproveita mais seu tempo e recursos.

Espero que seja útil para você.
Com amor,

Ju.